
Reportagem da revista Piauí revelou os bastidores da reeleição de Ednaldo Rodrigues à presidência da CBF. Ele foi reconduzido ao cargo com 100% dos votos — apoio unânime das 27 federações estaduais e de todos os clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro.
Um dos pontos mais polêmicos foi o aumento salarial concedido aos presidentes das federações estaduais, que passou de R$ 50 mil para R$ 215 mil mensais — um reajuste de mais de 300%, aprovado durante a atual gestão. Entre os beneficiados está o presidente da Federação Maranhense de Futebol, Antônio Américo.
Américo chegou ao comando da entidade há 12 anos como interventor, com a missão de permanecer por apenas 30 dias. Mas tomou gosto pelo cargo e segue até hoje no poder. Agora, articula sua reeleição com apoio de parte dos clubes das Séries A e B do Campeonato Maranhense e de 100% das ligas do interior.
Apesar do longo período à frente da federação, o futebol maranhense amarga um dos piores cenários do país. O Campeonato Maranhense é considerado o mais fraco do Brasil, com calendário atrasado, ausência de premiação para os clubes e desorganização generalizada — um contraste gritante com os altos salários da cúpula do futebol estadual. A reportagem reacende a discussão sobre a estrutura de poder no futebol brasileiro e a necessidade de reformas nas federações.