
O segundo relatório da Junta Interventora Judicial da Federação Maranhense de Futebol (FMF) revelou movimentações financeiras consideradas graves durante a gestão de Antônio Américo Lobato Gonçalves. De acordo com o documento, foram identificados saques em espécie que somam R$ 1,7 milhão e transferências bancárias de R$ 345.828,20 realizadas em favor do ex-presidente e de seus familiares nos últimos dois anos.
Os repasses ocorreram por meio de Pix e transferências diretas das contas da FMF e do Instituto Maranhense de Futebol (IMF) para Antônio Américo Lobato Gonçalves, Carolina Spotti Gonçalves, Manoela Spotti Gonçalves Fonseca e Letícia Spotti Gonçalves. Segundo o relatório, não há registros que justifiquem oficialmente as operações.
Entre as movimentações, aparecem transferências de R$ 60 mil, R$ 55 mil, R$ 50 mil, R$ 40 mil e R$ 30 mil destinadas ao próprio Antônio Américo, além de valores de R$ 20 mil, R$ 9.556,00, R$ 8.791,20, R$ 3.440,00 e R$ 2.500,00 enviadas a familiares próximos.
O relatório também aponta indícios de confusão patrimonial entre as contas da FMF e do IMF, com transferências cruzadas e falta de transparência nas movimentações. A interventora judicial solicitou ao Banco Itaú o fornecimento das imagens das operações de saque, mas o setor jurídico da instituição negou o acesso às gravações.
As informações fazem parte da auditoria determinada pela Justiça após a Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público do Maranhão, que acusa Antônio Américo de irregularidades na gestão da Federação Maranhense de Futebol.