
A polêmica envolvendo a entrada gratuita de mais de 2 mil pessoas em jogos do Maranhão Atlético Clube ganhou um novo capítulo. Após as declarações do presidente Carlos Eduardo, a interventora da Federação Maranhense de Futebol (FMF), Susan Lucena, recusou-se a disponibilizar a lista de ingressos liberados sem cobrança na semifinal da Série D, disputada no estádio Castelão.
Susan, que por diversas vezes afirmou em entrevistas que a transparência seria a marca do processo de intervenção na FMF — chegando a divulgar dados bancários da entidade —, negou o acesso quando foi solicitada a lista de gratuidades referentes ao jogo do MAC. Nossa redação entrou em contato com a assessoria da Federação e, por meio da Lei de Acesso à Informação, requereu a relação com nomes e quantidade de entradas concedidas, mas o pedido foi recusado pela interventora.
De acordo com informações obtidas pela reportagem, entre os supostos beneficiados com as gratuidades estão parlamentares do alto escalão da política maranhense. A situação aumenta a pressão por transparência e gera questionamentos sobre o real impacto da distribuição de cortesias na arrecadação do clube.
A prática de liberar entradas gratuitas é antiga no futebol maranhense, mas voltou aos holofotes após Carlos Eduardo comentar o assunto durante participação no podcast W7, do comunicador Wanderson Seven. Na ocasião, o presidente do MAC desabafou:
“Na semifinal do Castelão, tivemos um público de quase 8 mil pessoas, mas a renda não chegou nem perto do esperado. Foram mais de 2 mil ingressos de graça, e isso prejudica diretamente o clube.”
Cerca de 24h após nossa redação solicitar a lista com nomes e dados, uma das assessoras da interventora nos enviou uma mensagem negando o pedido de acesso. “Deixo o registro de que a lei de acesso à informação só se aplica para órgãos públicos, precisa que a solicitação seja enviada por meios oficiais e com prazo de resposta em até 20 dias”, respondeu.